quinta-feira, 20 de maio de 2010

GH SUPPLY - MARCANDO A PÁGINA NO TEATRO-TREINAMENTO VOLTADO PARA EMPRESAS

A interpretação, que é o meio usado pelo ser humano para demonstrar os resultados de uma análise crítica e consciente sobre um determinado fato, comportamento e ação, é o que diferencia a relação dos atores com o mundo, das outras pessoas. Geralmente as pessoas não conseguem criar esta tal consciência crítica, simplesmente são levadas de um lado para o outro de acordo com as vontades de outros organismos e de outras consciências. Observando então a relação humana com o meio que interage, se consegue observar as dificuldades de integração e comunicação com os cenários novos que se apresentam a  todo momento. Isso, é claro, sem falar daqueles cenários que fazem parte do dia-a-dia e muitas vezes parecem mundos muito distantes e remotos. Mas isso é normal: estamos falando de pessoas com culturas diferentes, experiências sociais, políticas, religiosas e psicológicas de níveis desiguais, corações com desejos transbordantes, respingando para vários nortes diferentes, mas todos são nortes e cada um com o seu. Estamos falando de corações emotivos, racionais e frígidos, alguns cônscios, outros até sem sangue batendo forte dentro do peito, pedindo uma atenção, implorando por novos caminhos, novas emoções e, principalmente, por mais amor na relação funcionário/empresa. O Teatro nasce aí, vem exatamente para demonstrar de forma lúdica e também concreta as dificuldades que existem nas organizações para recolocar colaboradores em determinadas funções que exigem uma comunicação mais apurada e calibrada com a cultura organizacional das mesmas. Como existe um conhecimento explícito e outro conhecimento tácito, o Teatro funciona como um agente depurador da tensão intrínseca que existe em cada um, fomentando novos caminhos para o aprendizado consciente e acabando com as deficiências primárias que habitam dentro de cada colaborador. A experiência vivencial com a ferramenta de Teatro-Treinamento diminui a distância que habita dentro do corpo organizacional, soldando indivíduos que provavelmente nunca se encontrariam dentro da empresa e, muito menos, se permitiriam compartilhar fraquezas e verdades que o processo criativo e dinâmico do treinamento é capaz de desvendar. A linguagem teatral, enfim, se insere em qualquer setor da empresa, tanto em programas de treinamento interno, quanto treinamentos externos. O Teatro é uma ferramenta reveladora e poderosa, capaz de modificar as formas de pensar e, consequentemente, as formas de agir de qualquer indivíduo em qualquer contexto da sua vida na empresa e também fora dela.
Além de ser uma linguagem de alto poder de síntese, o Teatro permite a abordagem de temas muito extensos e intensos em um período bastante reduzido. Além disso, ajuda a trabalhar a memória em suas mais variadas formas, realizando inputs e outputs incessantes, aumentando a criatividade e, assim, recriando indivíduos e ambientes mais adequados e interessantes para a empresa.
Nesta introdução não poderia deixar de citar o Mestre “GROTOWSKI”, o mito que tem o uso do nome empregado como rótulo mágico; criador do Teatro-Laboratório, em 1959, em Opole, cidade de 60 mil habitantes, na região sudoeste da Polônia, Grotowski tem uma citação que se faz analógica ao homem atuante dentro das organizações:
“O ator (colaborador) deve estar sempre pronto para executar o ato-criativo no momento exato determinado pelo grupo (equipe). A este respeito, sua saúde, suas condições físicas, e todos os seus problemas particulares, deixam de ser apenas uma questão pessoal. Um ato criador dessa qualidade só floresce se alimentado por um organismo vivo. Portanto, somos obrigados a cuidar diariamente do nosso corpo, a fim de estarmos sempre prontos para nossas tarefas. Não se deve dormir pouco, por causa de divertimentos particulares, e depois vir para o trabalho cansado ou de ressaca. Não podemos estar incapazes de concentrar-nos. A regra, aqui, não exige apenas a presença compulsória no lugar de trabalho, mas a disposição física para criar (pro- ativo mental).” (GROTOWSKI, EM BUSCA DE UM TEATRO POBRE, p.216)   
           

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